18/12/2019
Futebol movimenta R$ 52,9 bi, mas gera apenas 1,43% de imposto
Vinícius Faustini
A sensação de que o futebol tem seu mercado consolidado no país ficou ainda mais nítida em 2018. Um estudo divulgado nesta sexta-feira pela empresa Ernst & Young a pedido da CBF apontou que R$ 52,9 bilhões foram movimentados em torno do esporte no ano passado. O valor, que é equivalente a 0,72% de impacto no PIB, é visto com um misto de otimismo e cautela pelo secretário-geral da entidade, Walter Feldman.
- Precisamos enxergar o futebol não só como lazer, mas também como indústria. O presidente Rogério Caboclo diz que é possível triplicar o impacto do futebol brasileiro no PIB. Trata-se de um setor que gera uma economia, empregos. Temos de ir além do "Sul Maravilha" - afirmou, em evento que aconteceu na sede da entidade, no Rio de Janeiro.
De acordo com o levantamento, foram gerados 156 mil empregos, que representaram R$ 3,34 bilhões em salários e encargos sociais. Desta mão de obra empregada, 55% são pessoas ligadas à operação de jogos ("matchday").
Feldman é taxativo em relação ao novo momento das gestões.
- O amadorismo não é mais aceitável. É preciso que aconteça uma transformação na mentalidade dos clubes, em busca de um fair-play financeiro - disse.
Contudo, a cadeia do futebol destina atualmente apenas 1,43% de seus ganhos para impostos, um valor abaixo do que é destinado a outros setores de indústria. Gerente da E&Y, Gustavo Hazan aponta o que pesa para este ponto de vista.
- A indústria do futebol é diferente devido à característica do modelo associativo (sem fins lucrativos) do principal componente do fator gerador do PIB, que são os clubes. Há um atenuante tributário, uma vez que os clubes que geram mais receita pagam menos imposto - afirmou no evento, que contou com a presença de Caio Megale, secretário de Indústria, Comércio e Inovação do Ministério da Economia.
O Brasil terminou a temporada de 2018 com 874 clubes profissionais ativos e 895 clubes profissionais inativos. No momento, há 83 agremiações que são geridas como clube-empresa.
MUITO AINDA A EVOLUIR
Embora aponte um bom cenário para o futebol brasileiro, o gerente da E& Y, Gustavo Hazan, destaca que ainda há alguns pontos para a CBF trabalhar. A média de ocupação dos espaços nos 24 estádios utilizados em 2018 está em 48,57%, bem abaixo das principais ligas europeias.
Aos olhos de Gustavo Hazan, se houver uma reforma na maneira de explorar o futebol brasileiro, a atividade poderá gerar até 700 mil empregos e contabilizar mais impostos.
Projeto em pauta, o clube-empresa é visto com bons olhos pela CBF. O mandatário Rogério Caboclo alertou para que os torcedores não se espelhem sempre nos ganhos de Flamengo e Palmeiras para avaliar associações.
- Quando a gente fala de futebol pensa logo no Flamengo e Palmeiras. A gente fala do ápice como se fosse uma regra, mas eles são exceção, pontos muito fora da curva. É como nos salários. Apenas 1% dos jogadores ganha acima de R$ 200 mil (na CLT). A maioria, vive em média com um salário mínimo - afirmou.
De acordo com o estudo divulgado pela Ernst & Young, 55% dos jogadores brasileiros ganham em média um salário mínimo.
BATE-BOLA
CAIO MEGALE - Secretário de Indústria, Comércio e Inovação do Ministério da Economia
1 - O que chama atenção do governo nesta cadeia econômica do futebol?
É inevitável que se trata de um setor que cresce em escala industrial. Até mesmo em períodos nos quais acontecem recessões econômicas, como a mais recente, o Campeonato Brasileiro e as demais competições continuaram a ser realizadas. A Seleção Brasileira seguiu em franca atividade. Por isto, temos muito a investir, em especial em uma época na qual o país tende a ter um crescimento no PIB.
2 - Como o modelo de clube-empresa pode ser importante neste momento?
O país passa por um período de reforma tributária, e o modelo de clube-empresa está em discussão neste momento. Os clubes têm um imposto abaixo dos demais setores. Esta ideia de migração para o clube-empresa está em discussão. É preciso de equilíbrio. Por isto, os clubes também têm que também aderir ao refinanciamento de dívidas
A sensação de que o futebol tem seu mercado consolidado no país ficou ainda mais nítida em 2018. Um estudo divulgado nesta sexta-feira pela empresa Ernst & Young a pedido da CBF apontou que R$ 52,9 bilhões foram movimentados em torno do esporte no ano passado. O valor, que é equivalente a 0,72% de impacto no PIB, é visto com um misto de otimismo e cautela pelo secretário-geral da entidade, Walter Feldman.
- Precisamos enxergar o futebol não só como lazer, mas também como indústria. O presidente Rogério Caboclo diz que é possível triplicar o impacto do futebol brasileiro no PIB. Trata-se de um setor que gera uma economia, empregos. Temos de ir além do "Sul Maravilha" - afirmou, em evento que aconteceu na sede da entidade, no Rio de Janeiro.
De acordo com o levantamento, foram gerados 156 mil empregos, que representaram R$ 3,34 bilhões em salários e encargos sociais. Desta mão de obra empregada, 55% são pessoas ligadas à operação de jogos ("matchday").
Feldman é taxativo em relação ao novo momento das gestões.
- O amadorismo não é mais aceitável. É preciso que aconteça uma transformação na mentalidade dos clubes, em busca de um fair-play financeiro - disse.
Contudo, a cadeia do futebol destina atualmente apenas 1,43% de seus ganhos para impostos, um valor abaixo do que é destinado a outros setores de indústria. Gerente da E&Y, Gustavo Hazan aponta o que pesa para este ponto de vista.
- A indústria do futebol é diferente devido à característica do modelo associativo (sem fins lucrativos) do principal componente do fator gerador do PIB, que são os clubes. Há um atenuante tributário, uma vez que os clubes que geram mais receita pagam menos imposto - afirmou no evento, que contou com a presença de Caio Megale, secretário de Indústria, Comércio e Inovação do Ministério da Economia.
O Brasil terminou a temporada de 2018 com 874 clubes profissionais ativos e 895 clubes profissionais inativos. No momento, há 83 agremiações que são geridas como clube-empresa.
MUITO AINDA A EVOLUIR
Embora aponte um bom cenário para o futebol brasileiro, o gerente da E& Y, Gustavo Hazan, destaca que ainda há alguns pontos para a CBF trabalhar. A média de ocupação dos espaços nos 24 estádios utilizados em 2018 está em 48,57%, bem abaixo das principais ligas europeias.
Aos olhos de Gustavo Hazan, se houver uma reforma na maneira de explorar o futebol brasileiro, a atividade poderá gerar até 700 mil empregos e contabilizar mais impostos.
Projeto em pauta, o clube-empresa é visto com bons olhos pela CBF. O mandatário Rogério Caboclo alertou para que os torcedores não se espelhem sempre nos ganhos de Flamengo e Palmeiras para avaliar associações.
- Quando a gente fala de futebol pensa logo no Flamengo e Palmeiras. A gente fala do ápice como se fosse uma regra, mas eles são exceção, pontos muito fora da curva. É como nos salários. Apenas 1% dos jogadores ganha acima de R$ 200 mil (na CLT). A maioria, vive em média com um salário mínimo - afirmou.
De acordo com o estudo divulgado pela Ernst & Young, 55% dos jogadores brasileiros ganham em média um salário mínimo.
BATE-BOLA
CAIO MEGALE - Secretário de Indústria, Comércio e Inovação do Ministério da Economia
1 - O que chama atenção do governo nesta cadeia econômica do futebol?
É inevitável que se trata de um setor que cresce em escala industrial. Até mesmo em períodos nos quais acontecem recessões econômicas, como a mais recente, o Campeonato Brasileiro e as demais competições continuaram a ser realizadas. A Seleção Brasileira seguiu em franca atividade. Por isto, temos muito a investir, em especial em uma época na qual o país tende a ter um crescimento no PIB.
2 - Como o modelo de clube-empresa pode ser importante neste momento?
O país passa por um período de reforma tributária, e o modelo de clube-empresa está em discussão neste momento. Os clubes têm um imposto abaixo dos demais setores. Esta ideia de migração para o clube-empresa está em discussão. É preciso de equilíbrio. Por isto, os clubes também têm que também aderir ao refinanciamento de dívidas
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